O U T R A S A T R A Ç Õ E S
NO PARQUE NACIONAL
Localizado a cerca de 500 metros da portaria 1 do Parque Nacional, o Centro de Visitantes tem auditório, pequena biblioteca, exposição de fotos, rochas e outros materiais. O material fornece boas informações gerais sobre o Parque Nacional da Serra da Canastra e outras unidades de conservação. Há também painéis com dados de pesquisas realizadas sobre a fauna e a flora no Parque. Um monitor do Ibama acompanha a visita e informa sobre as normas de visitação.
A nascente fica num lindo vale a 1300 metros de altitude e a 6 km da portaria 1 pela estrada que atravessa todo o Parque. Uma placa de pedra indica o lugar onde o "velho Chico" começa a longa viagem de quase 3000 quilômetros até o litoral do Nordeste. A nascente não está claramente definida, mas é formada por dois pequenos córregos que surgem no meio de um charco. É um lugar singelo, com um pequeno capão de mata, uma ponte de madeira sobre o rio e, além da placa, uma trilha de pedras que leva até o monumento erguido na época da criação do Parque: um cercado de pedras emoldurando uma estátua de São Francisco. Aos pés da imagem é reproduzida a famosa oração numa placa de granito.
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Embora já incorporado à paisagem depois de décadas, o monumento tem gosto duvidoso, causa impacto devido à localização no meio do charco e já foi vítima de vandalismo. O crucifixo que havia numa das mãos da imagem desapareceu em 1999 e nunca foi reposto.
É uma boa amostra de uma das tradições mais notáveis da Canastra: os muros de pedra construídos sem argamassa. Nesse caso, as pedras constituem um imenso e bem preservado curral de formas arredondadas e com dois ambientes, construído para manejo do gado. É um muro "drobado" (dobrado), com imensos blocos de pedra arrastados com a ajuda de carros de bois. Preste atenção à parte menor e mais redonda do curral, de construção perfeita, e aos interessantes mourões de pedra na entrada dele. Outro detalhe é o aproveitamento de um muro natural que economizou pedra e mão-de-obra na construção do curral.
Também conhecido como Retiro dos Posses (nome de família dos antigos proprietários), o Curral de Pedras é o que restou de um antigo "retiro", fazenda de uso temporário, geralmente no verão, quando o gado de leite era levado das partes mais baixas da serra o chapadão, planalto que caracteriza o alto da serra, onde desfrutava de melhores pastagens. Devido à destacada altitude em relação ao chapadão, o Curral de Pedras também é ótimo local para observação do pôr-do-sol.
A maior atração da Canastra pode ser visitada pelo alto da serra ou por baixo, em ambos os casos com acesso relativamente fácil por estradas de terra. Na parte alta, a 38 km de São Roque de Minas, há o cânion que o rio São Francisco forma para descer a serra, 14 km após a nascente. Tem uma incrível seqüência de cachoeiras e piscinas naturais, algumas inacessíveis. Há um mirante de onde é possível avistar parte da queda principal, a imensa piscina formada embaixo e o curso do rio até a primeira curva rumo ao Nordeste. O desnível superior a 300 metros proporciona uma das mais lindas vistas panorâmicas da região. O local está todo sinalizado pelo Ibama e é fácil pegar a trilha de 3 km para ir até a parte de baixo. São cerca de 4 horas de caminhada, em média, para ir e voltar. Para iniciar a caminhada, assim como contemplar parte do cânion e chegar ao mirante, é preciso atravessar um córrego que pode ficar perigoso em dias de chuva.
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Para chegar de carro à parte de baixo, o visitante deve seguir de São Roque de Minas até a portaria 4 do Parque Nacional, passando pela cidade de Vargem Bonita e pelo povoado de São José do Barreiro (distrito de São Roque de Minas), num percurso total de 40 km. Para ter a aproximação máxima da cachoeira, é preciso deixar o carro no estacionamento e caminhar cerca de 15 minutos por uma trilha no meio da mata ciliar. Preferia fazer a visita, tanto na parte baixa quanto na alta, o mais cedo possível. Em feriados, os dois lugares ficam superlotados depois das 10h00.
A Cachoeira Casca D’Anta tem queda livre de 186 metros. O nome vem da árvore Casca D’Anta (Drimys winteri) que, por sua vez, foi assim batizada porque que tem propriedades medicinais, cicatrizantes. Segundo os pesquisadores, a anta se esfrega no tronco da árvore para curar ferimentos superficiais.
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Cachoeira dos Rolinhos, parte alta
Uma placa e um trevo indicam o caminho até a parte alta da Cachoeira dos Rolinhos, um dos lugares mais visitados da Serra depois da nascente e da Cachoeira Casca D’Anta. O percurso de 10 km, acidentado na época do verão, é também um ótimo passeio para quem quiser uma amostra completa da flora do Parque, com campos limpos, cerrado e matas de galeria. Com um pouco de sorte, o visitante verá também alguns dos animais típicos da região: tamanduá-bandeira, lobo-guará e veado-campeiro.
A Cachoeira dos Rolinhos, com cerca de 300 metros, é a maior da Canastra, mas é impossível avistá-lo da parte alta do Parque (para parte baixa ver Outras Atrações/Em Áreas Particulares). Mesmo assim, o lugar é de uma incrível beleza, a começar por uma cachoeira menor, formada cerca de mil metros antes, conhecida como do Colibri ou Rasga Canga. Há também várias piscinas naturais boas para banho e até mergulho livre. Em feriados prolongados, procure chegar cedo para não ser incomodado pelo excesso de gente. Importante: ao menor de chuva nas cabeceiras do rio, o local deve ser abandonado, principalmente se você resolveu fazer a trilha que leva da piscina natural até a parte baixa da Cachoeira Rasga Canga, já que é preciso atravessar o rio na ida e na volta.
Na parte onde começa propriamente a formação da Cachoeira dos Rolinhos, dependendo do volume d’água, o rio se divide em até 3 partes para despencar da serra. Quando ocorrem as "enchentes" (o equivalente äs trombas ou cabeças d’água), há uma quarta passagem conhecida como cachoeira seca. O lugar é muito bonito, porém perigoso, principalmente no verão, devido à necessidade de atravessar o rio. A direção do Parque Nacional proibiu o acesso a essa área.
A 43 km de São Roque de Minas, a Garagem de Pedras se destaca num mirante natural de frente para a serra paralela à Canastra, a Babilônia. Entre as duas serras está o imenso Vale dos Cândidos, nome emprestado da família proprietária da antiga fazenda onde está a garagem. A casa-sede da fazenda fica a cerca de 2 mil metros, no pé da serra, e foi restaurada para servir de abrigo a pesquisadores. O acesso de carro, quase impossível devido às pedras e à falta de manutenção, está proibido pelo Ibama.
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A garagem foi construída para facilitar o acesso à fazenda quando os donos compraram o primeiro carro. Ao chegar à garagem, o dono soltava rojões e os empregados despachavam cavalos encilhados serra acima para que quem chegava não precisasse descer a pé.
São João Batista e Cachoeira do Jota
Localizado a 50 km de São Roque de Minas, 95 km de Araxá e 106 km de Sacramento, o distrito de São João Batista mantém características regionais bem preservadas. O pacato vilarejo é porta de entrada para o Parque Nacional da Serra da Canastra – Portaria 2 e conta com duas belas cachoeiras, a Cachoeira da Gurita e a Cachoeira do Lava-pés. Além dos atrativos naturais, São João Batista foi ponto de passagem de diversos tropeiros ao longo dos séculos e ponto estratégico na colonização do Brasil Central, sendo possível observar na arquitetura de algumas construções um pouco mais desta história.
A portaria 3, a 78 km de São Roque de Minas, é o acesso ao Parque Nacional mais utilizado por quem sai da região do Triângulo Mineiro. O trecho entre o trevo para São João Batista e essa portaria não tem atrações de destaque, mas vale o passeio para quem estiver interessado em maior observação da fauna e flora. Há longas extensões de campos rupestres com flores e trechos de um cerrado mais vigoroso. Como há menor circulação de veículos, aumentam também as chances de avistar animais.
EM ÁREAS PARTICULARES
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Reserva Natural da Cachoeira do Cerradão
Clique aqui para acesso à home-page.
Conjunto de cachoeiras e piscinas naturais ao pé da serra, a 5 km de São Roque de Minas. Acesso a partir da estrada do Parque Nacional, portaria 1. A origem do nome tem a ver com a época dos quilombos que existiram em toda a região da cabeceira do São Francisco. A palavra "forro" viria de alforria e "capão" significa mata. Tradução: mata do liberto ou do escravo livre. A área engloba 2 fazendas e há 2 trilhas principais: a que leva à Cachoeira do Mato e a Trilha da Picareta, que leva ao camping do mesmo nome, na Fazenda do Chico Chagas. Há outras duas cachoeiras mais próximas, de fácil acesso a partir da entrada principal. É o lugar mais freqüentado depois do Parque Nacional e em feriados às vezes fica cheio demais.
Área particular inabitada a 500 metros da portaria 1 do Parque. Os proprietários permitem acampamento no local, que possui várias piscinas naturais de pequena profundidade. Tornou-se um reduto de camping selvagem e às vezes o lugar fica superlotado. O nome vem de um acidente: uma caminhonete sem freios saiu da estrada nesse ponto e rolou ribanceira abaixo.
A área pertencente à Cooperativa Agropecuária de São Roque de Minas é também conhecida como Lagoa dos Patos, uma referência a uma pequena lagoa que teria secado. O nome Poço das Orquídeas já é resultado das primeiras explorações eco-turísticas da região e faz referência à maior atração da imensa fazenda de quase 560 hectares: uma piscina natural arredondada, com praia de cascalho, pequena cachoeira e muitas árvores com orquídeas. A fazenda faz divisa com o Parque Nacional e o acesso é através da Fazenda Bicame (o nome significa bica d’água e é uma referência ao sistema de abastecimento da cidade de São Roque de Minas). A trilha até o Poço das Orquídeas passa pela formação rochosa conhecida como Pedra Gigante, vários mirantes e nascentes, tudo numa paisagem de campos limpos. Em dias de neblina, o passeio fica perigoso devido à possibilidade de desorientação.
É conhecida também como Cachoeira dos Leite (isso mesmo, no singular, porque é nome de família, embora seja usado compreensivelmente também no plural). O mesmo nome do povoado rural pertencente a São Roque de Minas e de onde se tem uma bela vista da cachoeira. Fica a 25 km de São Roque de Minas via Estrada do Cerradão/Beira da Serra. Antonio Ricardo é um dos mais antigos e populares fazendeiros da região. A cachoeira, na verdade, são várias. A seqüência termina num cânion de imensas paredes de rocha que lembra um pouco o da Casca D’Anta. O acesso à cachoeira principal exige uma caminhada pesada, de aproximadamente 2 horas que deve ser feita sempre em companhia de um guia local. Um passeio mais leve é a trilha pela margem do rio (e em alguns pontos dentro dele) até a queda d’água menor, na saída do cânion. No caminho, há um desmoronamento gigantesco de rochas que chega a formar pequenas grutas e encobrir uma parte do rio. Lugar muito perigoso em dias chuvosos, com travessia de rio e possibilidades de desorientação.
Situada em terras também pertencentes ao sr. Antonio Ricardo, o nome faz referência ao espetáculo proporcionado pela cachoeira: delicada devido ao pequeno volume d’água e alta (cerca de 150 metros), ela é movida pelo vento, mudando de forma o tempo todo.
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Além disso, varia de uma a 3 ramas dependendo da época do ano e do volume d’água. Tem boas piscinas para banho. Trilha difícil, pouco utilizada, de cerca de 4 horas (ida e volta). Deve ser feita somente na companhia de um experiente guia local.
A 30 km de São Roque de Minas está a cachoeira cujo nome também remete ao tempo dos quilombos. É formada pelo córrego de mesmo nome que nasce no Parque Nacional. Tem mais de 100 metros de altura, 3 lances e várias piscinas naturais. Trilha pouco utilizada, em área particular e que deve ser feita somente em companhia de um guia experiente.
Também conhecida como Cachoeira do Rolinho ou Rolim, é a mais alta da Canastra, com cerca de 300 metros. Fica a 40 km de São Roque de Minas e a estrada só deve ser percorrida por veículos 4 x 4.
De longe já se tem uma vista espetacular, principalmente no verão. Para chegar embaixo é preciso enfrentar uma trilha pouco utilizada de aproximadamente 2 horas. A queda se divide em várias outras na descida do paredão e há boas piscinas, tudo porém de difícil acesso. É imprescindível fazer o passeio na companhia de um guia local experiente.
O nome vem da ave com alteração do gênero: Rolinha, pequena rola, substantivo feminino. Mas a origem tem uma história mais complexa: a cachoeira teria sido batizada quando um boi carreiro morreu arrastado pelas águas. O boi se chamava "Rolim", uma corruptela de Rolinho.
Localizada em área particular a 52 km de São Roque de Minas, a cachoeira do Fundão destaca-se pela beleza do conjunto: as águas límpidas do rio Santo Antonio despencam de uma altura de 80 metros diretamente numa piscina natural de forma arredondada, que recebe sol praticamente o dia todo. Uma enorme pedra que desponta da água próximo à borda da piscina serve de trampolim. Os visitantes mais ousados podem se divertir passando por trás da cortina d'água ou nadar até a gruta ao lado, formada nos paredões da cachoeira e que serve de abrigo para andorinhas migratórias. A mata ciliar completa a cena magnífica em torno da piscina e ao longo do rio.
Para chegar à cachoeira, é preciso percorrer boa parte do Parque Nacional pela estrada principal e depois um caminho secundário não sinalizado. O percurso todo tem conservação precária, especialmente os últimos 10 km, e só deve ser feito em veículos 4 x 4. Na paisagem, de grandes vistas panorâmicas, é possível avistar animais típicos da serra, como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o veado-campeiro.
Chegando a casa sede da fazenda, há uma trilha leve, de aproximadamente 1,5 km, até a cachoeira. Na casa, você pode encomendar uma refeição caseira, preparada por dona Helena, a dona da fazenda.
É cobrada taxa de acesso à cachoeira (R$ 3,00 por pessoa). E mais R$ 5,00 de pedágio por veículo na fazenda anterior.
Depois da Casca D’Anta, é a mais importante atração no chamado paredão sul da Canastra. Fica numa região de antigos garimpos, aos quais remete o próprio nome do rio e da cachoeira. São mais de 100 metros de queda em rampa, com boas piscinas e duchas no final. Acesso difícil e trilha que exige de 2 a 3 horas de caminhada. Exige travessia do rio e passagem por outros trechos perigosos, principalmente no verão. Imprescindível a companhia de guia local experiente.
A maior e mais conhecida gruta da Canastra fica numa fazenda a 18 km de São Roque de Minas, próximo ao distrito de Sobradinho. Tem belas formações de estalactites e estalagmites, rio subterrâneo e pequena cachoeira. São quase 2 horas de visita, com trechos difíceis onde a pessoa precisa rastejar ou ficar com água até a altura do peito. Pode ser perigosa no verão, devido às chuvas que podem elevar repentinamente o nível do rio. As visitas são monitoradas pela própria família do proprietário, sr. Miguel, que aluga até lanternas. É recomendável estar acompanhado também de um guia local contratado em São Roque de Minas. Como equipamento de segurança, exija no mínimo capacete e lanternas reservas.
O vilarejo histórico de Desemboque pertence a Sacramento e fica no extremo oeste da Serra da Canastra, próximo à portaria 3 do Parque Nacional. É a povoação mais antiga da região e marco de toda a colonização do Brasil central. Fundado em 1743, foi sede de comarca e chegou a ter cerca de 1.500 habitantes no auge do garimpo de ouro. Fica às margens do rio das Velhas (nome dado à fase inicial do Araguari), um dos rios da Bacia do Paraná que nascem na Serra da Canastra. Da época da fundação restam duas igrejas bem conservadas onde se reuniam a classe dominante e os escravos. A construção mais imponente e de maior valor histórico é a Matriz de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, iniciada justamente em 1743.
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Atualmente, o povoado tem pouco mais de 20 casas e 100 moradores. O lugar é famoso também por ser a terra natal do ator Lima Duarte.
Nota:
A classificação por graus de interesse baseia-se exclusivamente em critérios da Tamanduá Ecoturismo.
A lista de atrações acima não tem a pretensão de ser um levantamento completo das atrações da Canastra, uma região imensa e ainda pouco conhecida. Limitamo-nos a relacionar lugares abertos à visitação sobre os quais temos informações seguras e para onde o acesso é possível pelo menos com veículos 4x4. Em todos os casos, principalmente naqueles não mencionados aqui, é recomendável a contratação de um guia local para maior segurança e conforto do turista.
Reservas e Informações complementares:Telefax: (37) 3433-1452 / 3433-1332
E-mail tamandua@serradacanastra.com.br





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