
CORDAS
A corda é o principal elo entre o praticante e a proteção de sua vida. Sendo assim um dos equipamentos para Atividades ao Ar Livre de maior exigência de cuidados especiais de conservação e uso.
PORTANTO ATENÇÃO: AS DICAS DESCRITAS AQUI NÃO SUBSTITUEM A FORMAÇÃO MAGISTRAL DO PRATICANTE NEM AS PRECISAS RECOMENDAÇÕES DOS FABRICANTES. LEIA COM TOTAL ATENÇÃO O MANUAL DE USO DE SEUS EQUIPAMENTOS ANTES DE QUALQUER LIMPEZA E/OU USO!
Homologadas por renomados órgãos internacionais de controle de qualidade, as cordas produzidas atualmente são extremamente resistentes e confiáveis.
Dividem-se em Dinâmicas e Semi-estáticas e são produzidas basicamente com poliamida e/ou poliéster. E como todos os tecidos, possuem uma vida útil curta e limitada. Ou seja, com os melhores cuidados apenas podemos aproveitar o máximo da vida útil de nossa corda, mas de qualquer forma um dia ela deverá ser aposentada. Quando este dia chegar, recomenda-se que ela seja destruída para reduzir a possibilidade de acidentes.
Ao contrário do que alguns pensam, uma corda têm uma vida útil limitada independente de sua utilização, podendo ser maior ou menor de acordo com a sua quantidade de uso (ocasional ou intenso) e sua forma de uso (leve ou extremo). Mesmo que mantida adequadamente armazenada em uma loja, as fibras que compõem a sua estrutura entram em lento processo de deteriorização natural pelo simples contato com o ar. E este processo ainda pode acelerar com a exposição a fontes de luz ou mesmo com o toque das mãos, possivelmente impregnadas com resíduos de sujeira e com oleosidade nociva aos tecidos.
Calcular com precisão a longevidade dos materiais têxteis é bastante complexo, mas os fabricantes consideram que a vida útil das cordas não poderia se estender mais do que 5 anos (10 anos somando o tempo de estocagem em perfeitas condições). De forma geral, recomenda-se que uma corda deva ser aposentada de 3 meses a 1 ano, se usada diariamente; de 2 a 3 anos caso seja usada semanalmente; e de 4 a 5 anos com usos ocasionais!
Fique esperto também com o limite de Quedas de Fator 2 estipulado pelo fabricante para o seu modelo de corda. Faça um controle o mais preciso possível do uso de sua corda para saber quando aposentá-la, mesmo que seu aspecto ainda pareça excelente.
Antes de qualquer uso, os fabricantes recomendam que se molhe a corda e deixe-a secar lentamente à sombra. Desta forma, ela encolherá cerca de 5% e reduzirá o risco de deslizamento da Alma.
Após cada utilização, vistorie visualmente e manualmente toda a extensão de sua corda em busca de possíveis deformações, desfiados ou cortes. Danos aos quais não se pode estipular o grau de comprometimento da corda devem ser considerados como severos e irreversíveis. Quando houver dúvida, a corda deverá ser eliminada imediatamente.
Você pode limpar a sua corda com um pano úmido. Caso seja realmente necessário, lave-a com água fria, de preferência sem cloro. Se a sujeira estiver muito impregnada (muita terra, areia ou magnésio), deixe de molho por umas duas horas em água aquecida a no máximo 30ºC. Depois, esfregue levemente a corda entre si, com sabão neutro e auxílio de uma escova sintética de cerdas macias.
Existe um aparelho para limpeza de cordas desenvolvido pela marca francesa Beal chamado Rope Brush, que consiste em uma escova em forma de espiral e que é utilizado junto a um sabão não agressivo chamado Rope Cleaner. Mas não improvise. Evite esfregar ou jatear água para não introduzir minúsculas partículas minerais no interior da corda, incapazes de realizar estragos a olho nu, mas que poderão romper os delgados filamentos de poliamida da Alma, diminuindo parcialmente as suas capacidades de absorção de energia e a sua resistência à ruptura.
Seque sempre à sombra, suspensa, espalhada em voltas e sem o auxílio de qualquer fonte de calor. O tempo de secagem leva de 2 a 4 dias. Lembrando que os raios ultravioletas são extremamente prejudiciais às fibras sintéticas, comprometendo a elasticidade e resistência das cordas em longo prazo.
Em hipótese alguma lave a sua corda em máquina de lavar ou use alvejante. Mesmo que não se constate danos visíveis, a sua corda deverá ser aposentada ao menor contato com produtos químicos (gasolina, óleos, ácidos, etc - especialmente os derivados de Hidrocarburetos), substâncias altamente prejudiciais para os tecidos.
Não marque o meio de sua corda com canetas comuns, pois os agentes químicos da tinta podem enfraquecer o ponto marcado com o tempo. Use apenas canetas especiais.
Reserve um espaço especial em seu armário para o seu correto armazenamento - desenrolada, em local seco, arejado e escuro. Não a guarde úmida, suja ou dentro da mochila, evitando a proliferação de fungos e bactérias. Proteja o seu armário com desumidificadores e inseticidas que contenham paradiclorobenzeno (para traças, sem cheiro e inócuo aos tecidos), mas não deixe em contato direto com sua corda.
Uma das principais dicas sobre como cuidar de sua corda resume-se ao seu uso adequado. A utilização inadequada pode danificar a corda, reduzindo a sua vida útil e resistência. Como exemplos: Nunca utilize uma corda semi-estática em atividades que possam gerar quedas próximas a Fator 1; Usar uma corda de certo diâmetro em um equipo não desenvolvido para tal medida também pode danificar ou acelerar a deteriorização da mesma; Jamais guarde a sua corda com nós caso não seja necessário, para não danificar a sua corda pelo "vício" inapropriado de suas fibras; Também, evite realizar rapéis rápidos para não acelerar o desgaste da corda e superaquecer o descensor, que poderá derreter os tecidos. A temperatura de fusão do poliéster e da poliamida é de 250ºC e 230ºC respectivamente, valores alcançados em descidas superiores a 2 metros por segundo. Rapelar rápido desnecessariamente traduz-se em ignorância de técnicas e dos riscos inerentes às atividades. Deixe para Hollywood! A lista é grande, procure o máximo de informação possível sobre a sua prática para usar a sua corda adequadamente.
Em atividades aquáticas, cuidado redobrado com as arestas cortantes, pois a corda molhada perde resistência e torna-se muito mais sensível à abrasão neste estado.
A escolha dos nós utilizados também conta. Por exemplo, o nó Oito é um dos que menos agridem a estrutura da corda em longo prazo devido à geometria de sua confecção.
Evite transportar a sua corda do lado de fora da mochila e, principalmente, sem uma boa proteção em bagageiros de veículos, que podem conter vestígios de substâncias altamente corrosivas (ácido de bateria, etc).
Evite também pisar em sua corda, para não introduzir minúsculas partículas abrasivas em sua alma.
Por último, jamais compre equipamentos de segurança usados e evite emprestar a sua corda. Na hora de investir em uma nova corda, procure uma loja especializada. Somente quando recebemos um mínimo de informações sobre certo assunto é que compreendemos a importância de certos cuidados.
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